Há dias em que tudo parece demasiado. As pessoas parecem mais frias, os dias mais pesados e o silêncio dentro de ti começa a gritar. Nessas alturas, acreditas que o mundo está contra ti — que a vida perdeu a doçura que um dia teve. Mas, por vezes, o problema não está lá fora. Está dentro. Está na forma como deixaste de cuidar de ti, de ouvir-te, de respeitar o teu próprio ritmo.
Esqueces-te de respirar fundo, de fazer pausas, de te abraçar com ternura. Acreditas que tens de estar sempre disponível, sempre forte, sempre presente. Mas e contigo? Quando foi a última vez que estiveste verdadeiramente contigo?
O peso de te esqueceres de ti
Cuidar de tudo e de todos tornou-se o teu hábito. Mas, aos poucos, foste desaparecendo dentro das tuas próprias responsabilidades. É fácil perderes-te quando passas tanto tempo a tentar ser tudo para todos. E, quando percebes, já estás esgotado, a pedir que o mundo pare, quando na verdade és tu que precisas parar.
Não é egoísmo cuidares de ti. É necessidade. O corpo fala, a alma sussurra, o coração avisa. Mas tu segues, como se nada fosse. Até que um dia, o mundo parece mais duro — e não é porque ele mudou, é porque tu estás cansado demais para o ver com os mesmos olhos.
O silêncio que te pede descanso
Há um tipo de cansaço que não se resolve com sono. É o cansaço de quem se esqueceu de si. De quem deu tanto, que já não sabe o que tem para dar. E o mundo, sem querer, devolve-te o que refletes: impaciência, irritação, frieza.
Às vezes, o que precisas não é de mais respostas, mas de menos barulho. De desligar o piloto automático, fechar os olhos e simplesmente sentir-te.
Cuida de ti como cuidarias de alguém que amas. Faz algo só por prazer, sem culpa, sem pressa. O mundo pode esperar um pouco — tu não.
Reencontra-te com o teu próprio amor
A verdade é que o amor-próprio não se constrói com palavras bonitas, mas com gestos pequenos. Levanta-te cedo só para veres o nascer do sol. Caminha devagar. Come algo que te faça bem. Diz “não” sem medo. Sorri a ti mesmo no espelho.
Cuidar de ti é a forma mais silenciosa e poderosa de dizer ao mundo: “Eu ainda acredito em mim”.
Não esperes que alguém venha lembrar-te disso. A tua paz é responsabilidade tua. E, quando voltares a cuidar de ti, vais ver — o mundo continua o mesmo, mas tu já não.






